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CDB x Poupança x Tesouro Direto: onde investir o dinheiro?

*Por João Victorino

Você já se perguntou a diferença entre CDB (Certificado de Depósito Bancário), Poupança e Tesouro Direto? Caso tenha interesse em investir alguma quantia de dinheiro, é provável que sim. Cada uma dessas três modalidades representa uma opção de investimento, mas com características, prazos, liquidez e riscos diferentes.

O CDB é um título de renda fixa emitido por bancos. Ao investir, você está emprestando dinheiro à instituição financeira e, em troca, recebe uma rentabilidade. Essa modalidade pode ter diferentes tipos de rentabilidade. A versão pós-fixada rende um percentual do CDI, a taxa média de empréstimos entre bancos, que segue de perto a Selic.

No prefixado, a taxa é definida na hora da compra, ideal se a expectativa for de queda dos juros. O CDB atrelado à inflação combina o IPCA com uma taxa fixa, protegendo o investidor contra perda de poder de compra. Todos os CDBs têm garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até R$ 250 mil por CPF e instituição.

Já a poupança é a aplicação mais tradicional e conservadora do Brasil, oferecendo liquidez imediata, sem imposto de renda, mas com rendimento geralmente mais baixo. Por fim, o Tesouro Direto consiste em títulos públicos emitidos pelo governo, que financiam a dívida pública e são considerados investimentos seguros no Brasil.

Vantagens x Desvantagens
É claro que, como todo investimento, existem vantagens e desvantagens, e cabe a você fazer uma avaliação de qual modalidade é melhor para o seu perfil. O CDB oferece a vantagem de rendimentos superiores à poupança, especialmente quando a instituição paga mais de 100% do CDI. Alguns CDBs têm liquidez diária, permitindo resgate a qualquer momento.

No entanto, há títulos com prazos mais longos que dificultam o resgate antecipado sem perda de rentabilidade, tornando a liquidez mais complicada. Além disso, a rentabilidade do CDB é tributada pelo imposto de renda com alíquotas regressivas. Embora todos os CDBs contem com a proteção do FGC até R$ 250 mil por CPF e instituição, é essencial avaliar a credibilidade do banco emissor. Instituições maiores tendem a oferecer maior segurança.

A Poupança, por sua vez, é simples de movimentar, não sofre incidência de tributos e pode ser sacada a qualquer momento. Para quem nunca investiu, é um bom “treino” e na Reserva de Emergência, tem a segurança necessária. Porém, sua rentabilidade é limitada a 70% da Selic mais a TR (Taxa Referencial). Quando a Selic está abaixo de 8,5% ao ano (ou quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês mais a TR).

O ponto é que a Poupança torna-se menos atrativa em cenários de inflação alta. Outra desvantagem é a questão do aniversário do depósito. O rendimento é calculado de acordo com a data de aniversário da aplicação. Se o resgate for feito antes do aniversário, o investidor não recebe os juros daquele mês, o que reduz a atratividade da poupança para quem precisa de liquidez imediata.

Por outro lado, o Tesouro Direto é uma alternativa segura e acessível, com opções a partir de valores baixos e diversas modalidades de títulos, como prefixados, pós-fixados e híbridos (Tesouro IPCA+). É ideal para objetivos de médio a longo prazo, não sendo possível fazer resgates de forma tão rápida.

Apesar da segurança, também possui desvantagens, como a incidência de IR e IOF sobre os rendimentos, além da possibilidade de variações na rentabilidade em resgates antecipados devido à marcação a mercado. Há uma taxa de custódia cobrada pela B3 de 0,2% ao ano (isenta para investimentos de até R$ 10.000,00 no Tesouro Selic).

Qual das três modalidades é melhor?
Não há uma resposta definitiva sobre qual é a melhor opção. A escolha ideal depende de fatores como objetivos financeiros de cada investidor/poupador, prazo disponível para o investimento e necessidade de liquidez. Neste sentido, elenquei aqui os pontos principais de cada modalidade:

  • CDB: é uma alternativa interessante para quem pode deixar o dinheiro aplicado por mais tempo e busca maior rentabilidade, mas é preciso atenção aos prazos e à tributação.
  • Poupança: para quem busca facilidade, liquidez imediata e segurança, é uma opção prática, embora com rendimento inferior.
  • Tesouro Direto: é indicado para quem quer diversificar e proteger o próprio capital, especialmente em períodos de inflação alta ou juros elevados. Reúne vantagens de segurança e rentabilidade, porém, é mais complicado que a poupança para quem não tem experiência em investimentos.

Um fator essencial para fazer a escolha é entender o impacto da tributação e da inflação sobre o investimento. Há incidência de IR no CDB e no Tesouro Direto, enquanto a Poupança é isenta, porém, seu rendimento é inferior. Também tem a liquidez: se o investidor pode deixar o dinheiro aplicado por mais tempo, CDBs com vencimentos mais longos podem ser mais vantajosos em termos de rentabilidade. Já o Tesouro Direto é a opção ideal para quem busca segurança e liquidez sem abrir mão da rentabilidade atrelada à taxa de juros.

Em conclusão, a escolha entre CDB, Poupança e Tesouro Direto depende dos objetivos e da estratégia de cada investidor. Não há uma modalidade universalmente melhor ou pior. Em muitos casos, a combinação das três pode trazer equilíbrio entre segurança, rentabilidade e liquidez, de acordo com o momento e as metas do investidor. Lembre-se que a melhor escolha será feita se você se preparar melhor também aprendendo sobre o assunto.

*João Victorino é administrador de empresas, professor de MBA do Ibmec e educador financeiro. Com uma carreira bem-sucedida, busca contribuir para que as pessoas melhorem suas finanças e prosperem em seus projetos e carreiras. Para isso, idealizou e lidera o canal A Hora do Dinheiro com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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