Notícias

Crédito ao consumidor recua 0,5% em junho

Aumento do endividamento das famílias explica a segunda queda consecutiva

Fonte: Estadão

Relatório do Banco Central divulgado na terça-feira, 27, mostra que o mercado de crédito vive duas realidades. Entre as famílias, a concessão de novos empréstimos caiu 0,5% em junho, na segunda retração seguida, e o BC admite que há sinais de "acomodação" após meses de crescimento exuberante. Entre as empresas, porém, o clima é otimista e a concessão de financiamentos cresceu 4,4%, com as firmas querendo bancar o aumento das vendas. 

Após meses de recordes seguidos, os empréstimos para pessoas físicas dão sinais de exaustão. Na média, as famílias brasileiras tomaram R$ 3,12 bilhões em novos empréstimos a cada dia do mês passado. Foram R$ 65,5 bilhões em junho. Nos dois casos, o valor foi 0,5% menor se comparado a maio. "É natural que haja uma acomodação desse segmento que cresceu muito nos últimos meses", avalia o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. 

A retração dos empréstimos é um dos principais objetivos do BC que, atualmente, executa um processo de aperto monetário com o aumento do juro básico da economia. A intenção é reduzir a demanda por crédito para diminuir o ritmo da economia e, assim, evitar que a inflação saia do controle. 

"A desaceleração dos empréstimos para as famílias é vista desde o fim de março, quando o mercado já se preparava para o início do aumento da taxa Selic. Nessas situações, os próprios bancos passam a ofertar menos crédito. Essa inflexão do mercado era uma questão de tempo", diz o professor de finanças do Insper, Ricardo José de Almeida. 

O especialista aposta, porém, que os financiamentos para as famílias devem voltar a crescer até o fim do ano. Para ele, o aumento do emprego e da renda e a manutenção da confiança do consumidor devem respaldar a tomada de novos empréstimos. 

Empresas

Enquanto famílias moderam seu apetite, o crédito para empresas está acelerando. Após o período de estagnação visto desde o fim de 2008, com a crise financeira americana, o segmento dá sinais de retomar a demanda por crédito para financiar suas atividades. "A expansão do consumo das famílias impactou positivamente as expectativas das empresas, que decidiram ampliar os investimentos e aumentaram a demanda por crédito, não somente do BNDES, mas também das linhas concedidas voluntariamente pelos bancos", destaca relatório do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). 

Entre as linhas mais procuradas pelas empresas, o financiamento para o capital de giro cresceu 5,6% e liderou entre os empréstimos para empresas.

voltar

Links Úteis

Indicadores de inflação

08/2024 09/2024 10/2024
IGP-DI 0,12% 1,03% 1,54%
IGP-M 0,29% 0,62% 1,52%
INCC-DI 0,70% 0,58% 0,68%
INPC (IBGE) -0,14% 0,48% 0,61%
IPC (FIPE) 0,18% 0,18% 0,80%
IPC (FGV) -0,16% 0,63% 0,30%
IPCA (IBGE) -0,02% 0,44% 0,56%
IPCA-E (IBGE) 0,19% 0,13% 0,54%
IVAR (FGV) 1,93% 0,33% -0,89%

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.8242 5.8253
Euro/Real Brasileiro 6.1312 6.1463
Atualizado em: 27/11/2024 10:06