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Quais setores sofrem mais e quais se beneficiam com o momento de alta do dólar?
“É muito difícil aproveitar este momento do dólar, dada a grande volatilidade do mercado, as oscilações são difíceis de serem capturadas”, diz Raphael Martello, economista da Tendências Consultoria.
Nos últimos dias os investidores puderam observar grande volatilidade do dólar no mercado brasileiro: a moeda, que amargava fortes perdas desde 2009, engatou uma sequência de altas nos últimos, chegando a subir por 10 sessões consecutivas - seu maior rali desde janeiro de 1.999 -, atingindo seu maior patamar desde novembro de 2010.
Dainte do rumo que a divisa norte-americana pode assumir no curto prazo, como o investidor pode olhar para o movimento da divisa e enxergar as interferências em suas aplicações? “É muito difícil aproveitar este momento do dólar, dada a grande volatilidade do mercado, as oscilações são difíceis de serem capturadas”, diz Raphael Martello, economista da Tendências Consultoria.
Apesar do momento, Martello ressalta que mesmo assim o investidor deve ficar de olho no câmbio que, em momentos de maior estabilidade econômica, pode ter suas influências sob algumas empresas percebidas mais clara e facilmente. “Para as empresas que têm forte parcela dos negócios no comercio internacional, o resultado do câmbio torna-se mais relevante”, explica o economista.
Importação X Exportação
A relação entre empresas importadoras e exportadoras com o movimento da divisa é muito estreita, pois o desempenho dessas companhias interfere diretamente na valorização de seus papéis. “As comapnhias importadoras compram em dólar, mas têm receita em real. Neste sentido a valorização do dólar pode ser um idicador ruim para suas atividades”, diz Martello. Por outro lado, se este movimento se repete na relação do dólar com as divisas internacionais, a empresa importadora pode não sentir tais efeitos negativos, pois outros mercados estão sofrendo com a mesma pressão.
“Já os exportadores, o peso vem quando o real se aprecia frente ao dólar, pois sua receita é contabilizada na divisa norte-americana. No momento da conversão, o preço pago pelo produto em real é menor”, explica o especialista.
Por fim Maretello diz que tudo dependerá da moeda em que a companhia tem contabilizadas sua despesa e receita. “Se a empresa depende basicamente dos recursos locais, dificilmente ela será afetada pela volatilidade do câmbio”, diz.
Por outro lado, o investidor também deve ficar atento à variação da divisa frente as principais moedas internacionais. Se o dólar operar por aqui descolado do mercado internacional, o investidor deve dar mais atenção ao seu movimento e aos fatores externos. Caso a moeda, por aqui, opere junto ao mercado internacional, o movimento pode representar uma tendência internacional, e os efeitos podem ser menos intensos.
Câmbio também interfere em outros pontos
O custo de produção também entra na conta do dólar na hora de avaliar o desempenho de companhia e a valorização de seus papéis, segundo o analista-chefe da Gradual Corretora, Paulo Esteves. “Uma vez que a empresa depende da importação de componentes ou matéria prima para produzir, o câmbio interfere diretamente na sua atividade”, explica o analista.
Esteves também destaca as empresas com dívida em dólar, pois se a divisa norte-americana sofre apreciação, o valor do débito aumenta quando convertido para o real. Por fim, o analista-chefe da Gradual aborda as companhias com ativos ou operações no exterior. “Nestes casos, o valor dessas operações, e consequentemente a valorização de seu resultado em dado período, pode sofrer forte variação quando transformado para a moeda brasileira”, conclui o analista da Gradual.
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